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vila de cano - canoonline - João Mot@



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Sexta-feira, 29.06.12

15º Festival Infantil e Juvenil de Sousel / Leonor Fartouce

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por @Mota@ às 14:51

Quinta-feira, 28.06.12

Cano 500 anos a história de uma vila

500 anos não são 500 dias, temos umas entradas completamente ao abandono, porque não fazer um mural numa delas, nem que seja em “papel” a assinalar esta data, comecem a pensar nisso aqueles que são pagos para isso………

 

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por @Mota@ às 13:09

Domingo, 24.06.12

E-mail recebido ...

 

Resposta; olá "Manuela" este ano não fui ver as marchas, ainda não sei quem ganhou, não tenho fotos se alguem enviar, eu posto........

PS: mais uma vez faltam os bloguers nos eventos, não há divulgação..........

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por @Mota@ às 11:41

Sábado, 23.06.12

Cegueira. Aprender a viver sem uma luz ao fundo do túnel

O sotaque acentuado denuncia a proveniência alentejana de Ana Gil mal pronuncia as primeiras palavras. Chegou há menos de dois meses ao centro, depois de sofrer um derrame cerebral que lhe afectou os nervos ópticos. Aos 42 anos, a funcionária da Câmara Municipal de Sousel perdeu por completo a visão, mas os 25 dias em que esteve internada no Hospital de São José, em Lisboa, em Dezembro de 2011, deram-lhe tempo para reajustar prioridades. “Nos primeiros dias eu nem sabia se ia sobreviver. Mas a minha vontade era tanta que perder a visão foi o menos importante”, confessa.

Soube da existência do Centro Nossa Senhora dos Anjos através dos serviços sociais do hospital e candidatou-se à mesma entrevista inicial por que passam todos os utentes. A conversa serve para avaliar o estado psicológico de cada candidato e determinar se pode ser acompanhado durante alguns meses no espaço. “Para nós, o mais complicado é lidar com a depressão e o desalento das pessoas, porque isso perturba-as tanto que dificulta a aprendizagem”, confessa o psicólogo António Feliciano.

Ao cimo da Travessa do Recolhimento de Lázaro Leitão, em Lisboa, o centro dedica-se a dar uma nova esperança a pessoas que, como Ana Gil, perderam aquele que será o mais importante dos cinco sentidos: a visão. O espaço é o único em Portugal a trabalhar na reabilitação de pessoas com cegueira recém- -adquirida ou com baixa visão. Abriu portas há exactamente 50 anos e em 2011 a gestão foi transferida da Segurança Social para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Acolhe utentes de todo o país em regime de internato, com períodos que variam entre os seis meses e um ano. Ao longo desse tempo, os 12 técnicos do centro dão apoio a quem passou por uma perda súbita e irreparável. Uma perda que exige um luto, mas que não é sinónimo do fim. Ao fundo do túnel pode não haver luz, mas há uma nova oportunidade para viver.

“A tua realidade agora é outra”, disse Ana Gil a si mesma, ainda no hospital, “e o que ficou para trás ficou. Agora vais ter de encontrar soluções para enfrentar as coisas.” Nas primeiras semanas, o estado de espírito não se manteve sempre tão positivo, porque reaprender a viver quando se está a meio da vida é duro e a angústia acaba por ocupar o seu lugar. Mas para a utente mais recente do centro a adaptação à nova realidade foi rápida e em poucos dias ela passou a conhecer os cantos à casa. Porque é “uma pessoa despachada”, agarrou-se à aprendizagem das tarefas que são para si mais importantes: a informática – porque quer “voltar à actividade profissional que tinha” – e a mobilidade.

Primeiros passos Ana Gil é acompanhadas nessas áreas por técnicos especializados, como Ana Henriques, professora de Iniciação às Técnicas de Informação e Comunicação (TIC 1). Em voz alta, a professora dita, palavra a palavra, aquilo que deve ser escrito pelos dois utentes que naquela aula têm a primeira aproximação ao computador. Sentados em duas secretárias lado a lado, guiam os dedos pelo teclado com a ajuda de duas marcas que assinalam as letras E e J e que servem de referência para todas as outras. No ar, com a voz de Ana Henriques ressoa uma outra, metálica, que sai das colunas. O software de reconhecimento do ecrã serve de guia para os alunos e é a única forma de saberem os passos a dar quando estão frente ao ecrã. O computador representa a maior janela para um mundo fora da realidade rotineira. “Para uma pessoa cega, ter um computador com acesso à internet é estar acompanhada estando sozinha”, explica Arménio Nunes, professor de TIC 2. Ali os utentes “aprendem tudo o que precisam de saber fazer no correio electrónico, utilizam o Skype e o Messenger e navegam na internet”.

Para quem não esteja no centro, e não frequente acções de formação profissional, Arménio Nunes desenvolveu, há dez anos, o Programa de Apoio em Autonomias de Tecnologias de Informação e Comunicação. Um projecto que funciona como sistema de ensino à distância. A partir do gabinete, onde também dá aulas, responde actualmente a dúvidas de 17 alunos, uns do Porto outros dos Açores, e há até quem lhe escreva dos Estados Unidos. Garante que o prazer que tem nesta actividade vem de quando sente “as pessoas ficar mais contentes, a comunicar e com o amor-próprio a subir”.

autonomia A disposição dos alimentos no prato é guiada pelos ponteiros do relógio. A carne vai para as três horas, a salada ou os legumes para as 12 e o arroz ou as massas ficam entre as oito e as nove. Uma acção simples, como pôr a mesa, exige o mesmo método e rigor que todas as tarefas do quotidiano para quem, como Tânia, não tem o recurso da visão. Hoje tem 19 anos e chegou a Portugal em Novembro, ao abrigo de um protocolo para a área da saúde entre o Estado português e as antigas colónias. Os primeiros sinais de que algo não estava bem com os seus olhos apareceram quando era ainda uma criança de sete anos. Entretanto perdeu a quase totalidade da visão e tenta reaprender a naturalidade das actividades que antes realizava com simples recurso aos olhos. “Encaramos isto como uma escola, mas onde tem de haver tempo para a interiorização e para a reflexão, porque aceitar que se vai ficar cego para a vida é complicado”, diz Ana Magalhães, directora do centro desde Março. A reabilitação de cada utente é encarada de forma personalizada, com as suas necessidades e os momentos próprios de evolução, porque “é preciso tempo para pensar, é preciso dar espaço às pessoas para interiorizar as aprendizagens, algumas delas muito duras”.

Uma das maiores barreiras é a da falta de mobilidade. Alguns utentes chegam ao centro depois de meses limitados aos ambientes mais familiares, deslocando-se entre o quarto, a sala e a cozinha das suas casas. Readquirir o sentido de orientação, as noções de espaço e o equilíbrio são alguns dos principais momentos de aprendizagem após a perda da visão. Judite Martins esteve dois anos “presa à casa”, depois de um deslocamento da retina ter encerrado um processo de vários anos, entre perdas e recuperações da visão. A ex-utente interrompe por momentos a leitura em braille de um conto infantil – técnica que aprendeu no centro – para recordar os 12 meses que passou em reabilitação: “Fui à luta e aprendi tudo. Se no fim-de-semana tiver dez pessoas em casa”, diz com orgulho, “cozinho para todos sem precisar da ajuda de ninguém.”

“Há uma reaprendizagem para a vida”, sublinha Sónia Grilo, a mais recente técnica do centro, que faz o acompanhamento das aulas de actividade motora, piscina e mobilidade. Numa antecâmara da capela transformada em ginásio, a professora utiliza a recriação de um jogo de bowling para treinar a orientação com os utentes. Colocados numa ponta da sala, lançam pelo chão uma bola especial, com pequenos guizos no interior, tentando acertar com a direcção de onde veio o comando de voz de Sónia Grilo. Aplicados à vida quotidiana, exercícios como este vão permitir distinguir a proveniência de sons e ajudar a que as pessoas voltem a orientar--se no espaço.

“Os utentes que passam pelo centro podem sair daqui com um grau de autonomia satisfatório”, assegura o psicólogo António Feliciano. No entanto, há limitações que nunca serão ultrapassadas, “porque em termos de mobilidade as pessoas podem aprender a movimentar-se e a utilizar os transportes públicos, mas, excepto em casos excepcionais, ficam limitadas aos mesmos percursos”. O acompanhamento psicológico é, por isso, essencial para lidar com as frustrações que surgem com o processo de reabilitação, como o momento em que se começa a usar a bengala. Porque representa para o próprio uma limitação que não existia e porque se perde o anonimato perante a sociedade, apresentando quem não vê como alguém diferente.

“Para nós o mais complicado é lidar com a depressão e o desalento das pessoas, porque isso perturba-as tanto que dificulta a aprendizagem”, mas “como estão ocupadas e em contacto com outras, rapidamente surge uma esperança”, explica António Feliciano. Conseguir movimentar-se é um passo fundamental na conquista de autonomia, mas há outras tarefas do dia-a-dia que têm de ser trabalhadas. Na aula de Actividades da Vida Quotidiana – Competências Sociais, a aprendizagem de Tânia vai muito além de pôr a mesa. Ao passar os dedos por uma moeda de dois cêntimos apercebe--se de que há um veio a meio – “parecem duas moedas coladas” – que a distingue das outras. O truque para as notas é dobrá-las ao meio, enrolá-las em volta do indicador e unir as pontas por cima do dedo. A quantidade de papel que sobra, em função do tamanho de cada nota, permite perceber o que tem nas mãos. Um processo simples, embora demorado.

futuro lá fora Foram precisos alguns anos de “reclusão” para que Paulo Almeida se “ambientasse à ideia” e aceitasse a nova fase da vida em que se encontra. Hoje garante que “quer fazer tudo o que fazia antes de perder a visão”. Prova disso é a exposição de fotografias que apresentou na cerimónia do cinquentenário do centro dos Anjos e que agora preenche as paredes do refeitório. Imagens captadas nos últimos dois meses, já como utente da instituição.

O prazer da fotografia é uma forma de preparar novos projectos, porque a vida fora do centro vai continuar quando estiver concluída a reabilitação: “Gostava de fotografar Lisboa da minha perspectiva, a perspectiva de alguém que não vê.” Outro objectivo que gostaria de alcançar seria tirar um curso de massagista, que lhe permitisse ter uma actividade regular mais tarde, porque “não existem muitas saídas para quem não vê”. “Daquilo que tenho verificado em experiências anteriores, é muito difícil recolocar as pessoas no mercado de trabalho”, lamenta Ana Magalhães, que tem sentido as dificuldades acentuarem-se nos últimos meses, com o agravamento da situação económica do país. “Neste momento há um grande vazio no mercado de trabalho”, aponta Sónia Grilo, o que dificulta a motivação dos utentes, pela falta de perspectivas. “Se nós temos de dar 100% no trabalho, eles têm de dar 5000% para mostrar que nunca falham”, defende a professora. “Depois de se conseguir renascer é voltar a matar a pessoa”, conclui a professora. “Por outro lado”, lamenta Paulo Almeida, “existem algumas leis no nosso país que não são cumpridas pelas empresas”, o que torna impossível o acesso a determinados postos de trabalho. “A sociedade trata-nos como uns coitadinhos, mas não me revejo nesse estatuto” porque “tenho tanto valor como uma pessoa que tenha todas as suas capacidades”, diz.

A par da marginalização profissional, ressalta dos testemunhos a sensação de alguma insensibilidade e incompreensão por parte da sociedade. Depois de se movimentar pela cozinha do centro, enquanto preparava o almoço para aquele dia – uma das actividades que ali se desenvolvem –, Teresa Rascão observou: “As pessoas querem ajudar e a primeira coisa que fazem é agarrar-nos no braço. Isso é errado, porque acabam por deixar-nos num espaço que para nós é vazio. Ficamos sem referências.” A experiência leva-a a defender que “toda a gente devia aprender como se agarra uma pessoa cega e como se deve caminhar em simultâneo com ela”, para evitar alguns acidentes que acabam por acontecer. Outro problema, destaca Paulo Almeida, são os passeios, que “não estão preparados para pessoas cegas”. Caixas de electricidade, carros nos locais errados e postes baixos no rebordo dos passeios são outros exemplos daquilo que, para quem não vê, representa um perigo eminente.

Actualmente há 14 pessoas em lista de espera para integrar o Centro Nossa Senhora dos Anjos e Ana Magalhães sublinha a disponibilidade da instituição para trabalhar com músicos ou estudantes da área que promovam actividades no local, pelo “papel lúdico-terapêutico” que a actividade representa. Para mais tarde está a ser pensada a abertura de apartamentos para residências individuais, que permitam trabalhar a autonomia dos utentes da instituição.

 

Fonte: Jornal I

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por @Mota@ às 18:33

Sábado, 23.06.12

(1 Cêntimo) EDP, ahhaha

como é possivel que se envie um cêntimo numa fatura, onde essa mesma carta custa mais de 30 cêntimos??? Portugal no seu Melhor!!!!

 

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por @Mota@ às 14:25

Sábado, 23.06.12

3º Passeio de Carros Clássicos de Estremoz

Hoje dia 23 e junho de 2012, realizou-se o 3º Passeio de Carros Clássicos de Estremoz, no seu roteiro fez-se uma visita ao Cano, mas precisamente ao Templo do Azeite, que é um local nesta terra de visita obrigatória, não só pelos tradicionais produtos de excelência, mas também pelo espaço, para quem não conhece, aqui fica um pequeno vídeo do templo;  http://www.youtube.com/watch?v=yRjk5Ksa3J8&feature=youtu.be  O Templo do Azeite
...a alma a cultura a paixão do Povo Alentejano...
O Templo do Azeite é uma organização da empresa Qualidade Lusitana, Lda. com sede na Freguesia de Cano, Concelho de Sousel, Alentejo, Portugal.
O Templo do Azeite, tal como o nome indica foi produzido dentro dum antigo lagar de prensas o qual se mantem completamente intacto e inalterado funcionando neste momento como uma montra dos Produtos Regionais Alentejanos, englobada num contexto onde de uma forma nobre se apresenta a arte, a tradição e a cultura do Povo Alentejano, sendo os referidos produtos recolhidos por esta empresa junto dos produtores da Região e exportados para vários Países do Mundo.

  • Avenida D. Basilio do Nascimento Martins, nº 10 - CANO
  • 7470 - 011 Cano, Portugal 
  • 268 549 267  (José Guilherme Silva)

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por @Mota@ às 14:02

Sábado, 23.06.12

Automóveis .....Templo do Azeite...11horas dia 23 de Junho

3º Passeio de Automóveis Clássicos...! Dia 23 de Junho pelas 11,00 horas visita de todos participantes ao Templo do Azeite...! Freguesia de Cano...Concelho de Sousel...!

 

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por @Mota@ às 09:32

Sexta-feira, 22.06.12

hoje faço anos e estou meio lamechas, para não dizer todo lamechas!!!!

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por @Mota@ às 14:40

Quinta-feira, 21.06.12

Política desportiva no Concelho de Sousel

 

A freguesia de Santo Amaro tinha até há dois anos atrás um elemento que aglutinava e mobilizava praticamente todo o seu povo e contribuía para dar vida à Aldeia: a sua equipa de futebol de onze sénior. Por uma decisão que visava a concentração de todas as equipas de futebol do Concelho no novo campo relvado sintético de Sousel, na época de 2010/2011 a equipa da Associação Cultural e Desportiva de Santo Amaro adotou este equipamento como a sua casa para os jogos do campeonato distrital de seniores de Portalegre. Numa mudança que revelou uma completa falta de tato pelo sentimento de todo um povo, o apoio à equipa começou a esfriar e com ele os resultados desportivos também nunca mais foram os mesmos. Em consequência disso, a equipa já não se inscreveu para disputar o campeonato distrital da época 2011/2012.

Tivemos então nessa época, que agora findou, a representar a cores do nosso concelho, a equipa do “Condestável”. Num projeto que partiu com as limitações que são próprias de quem está a dar os primeiros passos na competição, a equipa foi evoluindo terminando a época com uma qualidade de resultados e de jogo substancialmente superiores àqueles que tinha no início da temporada. Hoje, “O Condestável” arroga-se, e com razão, no direito de dar continuidade ao seu projeto estando a preparar uma equipa que lhe permitirá continuar a melhoria qualitativa do seu jogo.

No entanto, compreensivelmente, as marcas do fim da equipa da A.C.D. de Santo Amaro perduraram em muita gente. A coletividade prepara agora o regresso à competição, no mesmo escalão, já para a próxima época de 2012/2013, mas voltando a jogar no campo da sua freguesia. Um concelho como o nosso, parco em recursos humanos e financeiros, terá assim na próxima época duas equipas de futebol de onze sénior masculino a disputar o campeonato distrital. Não seria preferível concentrar recursos numa só equipa capaz de seguramente disputar os lugares cimeiros da tabela? Não ponho, com isto, em causa o direito de Santo Amaro, Sousel ou qualquer outra freguesia ter uma equipa a atuar neste escalão. Ponho em causa, sim, a gestão que foi feita desta matéria, que também tem uma componente política. A equipa de Santo Amaro não podia ou não devia jogar na sua terra natal há dois anos atrás mas pode fazê-lo agora apesar do campo aí existente continuar a ser pelado? Porque não?! E o que dizer dos campos existentes em Casa Branca e Cano, que sendo também pelados, tiveram investimentos de requalificação e/ou construção de balneários, bancos, iluminação, segurança e hoje encontram-se votados ao abandono. A quando da inauguração do sintético municipal não teria sido preferível planear-se, logo na altura, uma escola de futebol integrada no Concelho com os diferentes escalões divididos pelas diferentes freguesias, não havendo repetição do mesmo escalão entre duas freguesias, rodando assim os atletas pelo Concelho à medida que os anos fossem passando e dando prática desportiva a todas as faixas etárias dos nossos jovens e crianças. Nada que não seja feito noutros sítios. Alguns poderão dizer que faltou iniciativa a algumas coletividades do Concelho. Eu duvido que os responsáveis políticos tenham feito, tal como lhes competia, tudo o que estava ao seu alcance para concretizar a ideia que não é de agora nem é minha.

E assim vai o nosso Concelho, no desporto como noutras coisas. Uma completa falta de norte na gestão da qual não resulta outra coisa se não dinheiros mal gastos e incoerência na organização das coisas. Esperemos que melhores dias venham!

 

João Maia

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por @Mota@ às 22:30

Quarta-feira, 20.06.12

Vila de Cano FORAL 1512

Meus amigos eu não é por nada mas estamos a comemorar 500 ANOS, não era para estar já qualquer coisa nas entradas da Vila?, uma placa, uns cartazes, umas  faixas, sei lá podia ser tanta coisa.... não há nada mais bonito do que chegar a uma terra e ler qualquer coisa que nos  faça parar e visitar a mesma, por aqui me fico.........................

 

Situada numa aprazível alameda na margem esquerda da ribeira do Alcorrego, Cano é povoação antiquíssima, velha, de fundação a perder-se nas incertezas do tempo. A sua existência é certa em eras para nós remotíssimas , muito antes de os Romanos, senhores de grande poder e sedentos de o aumentar, se espalharem pelo mundo. Se um breve trabalho de raciocínio chegaria para a evidência da antiguidade romana de Cano as construções romanas adentro do seu termo, outros achados corroboram os resultados deste raciocínio; por exemplo a pouca distância do actual aglomerado urbano, no local da Ferroa, foram encontradas moedas, objectos de cerâmica, objectos ornamentais de cobre e descoberto um cemitério romano. (Os cemitérios, que só falam da morte são afinal prova irrefutável de vida). A chegada dos Romanos à Península Ibérica dá-se no ano 218 a.C. e a sua expulsão no ano 409 d.C.. Cano já existia pelo menos no séc. V. Foi dos dominadores romanos que Cano herdou o seu nome: Cannum, local de passagem de águas abundantes, foi a imagem natural e espontânea que borbulhou no espírito de quem queria baptizar a terra onde se fixava e que lhe oferecia essas características. No lugar da Represa encontram-se vestígios de remotíssimo povoamento (alicerces, blocos de granito lavrados, restos de uma vetusta barragem vulgarmente denominada Ponte dos Mouros, assim como restos de uma ermida); a invocação desta era a de S. Guilherme, dum tosco S. Guilherme de madeira, incrivelmente medieval. Cano seria das povoações mais ou menos fortificadas que, no séc. XIII, por doações quer da coroa quer dos municípios surgiram na metade Sul do País. Dentre os velhos povoados deste pequeno recanto da nossa terra era local obrigatório de passagem para todos os povos em migração. Os habitantes de Cano aparecem com pergaminhos de lealdade e valentia, pois é aqui que O. Nuno Álvares Pereira, no ano de 1384, vem buscar o cerne do seu exército para a batalha dos Atoleiros, onde derrotou os Castelhanos. Na toponímia tudo é português arcaico: basteiros (o mesmo, por certo, que Besteiros) de besteiras ao foro de Calatrava; Pião (ou Peão) de alguma família de "peões"; Mouro, alcunha de povoador medieval; Mingacho (do nome Mem Gacho, Mem Gato) alusão igualmente a repovoa dor. E ainda posteriormente, os topónimos "O. Pedro" e "O. Isabel" que indicam possessões de gente da alta, talvez ligados à Casa Real. D. Manuel deu-lhe foral em Santarém, a 1 de Novembro de 1512. Todos os forais recebiam uma representação tangível, Foral e Pelourinho são um todo. A Vila de Cano aparece-nos com a dignidade de Vila Cristã já pela nossa história adiante. Ignoramos como teria sido a vida local nos primeiros tempos da nossa nacionalidade. A Misericórdia foi fundada pelo povo no séc. XVI. Orago: Nossa Senhora da Graça. Em matéria de monumentos podemos citar a Igreja Matriz, monumento simples mas onde avulta um magnífico altar-mor de mármore, a cores, testemunho da ânsia Renascentista; a Capela de Santo António, com o altar em talha dourada, onde mãos de artista deixaram a marca do séc. XVII, assim como as capelas de S. Sebastião, Santa Catarina, a Igreja da Misericórdia e a Torre do Álamo. A Vila de Cano era antigamente da comarca e Mestrado de Avis. O concelho de Cano, à data da sua extinção em 23 de Dezembro de 1826, era composto pelas Freguesias de Cano e Casa Branca. Passou a pertencer ao concelho de Sousel até 1855. Extinto este, passou para o concelho de Fronteira e depois novamente para Sousel, que foi novamente extinto em 26 de Setembro de 1895; Cano feito peregrino, passou para o concelho de Estremoz. Restaurado mais uma vez o concelho de Sousel em 13 de Janeiro de 1898, Cano passou a pertencer-lhe definitivamente. Desde 1 de Novembro de 1512, dia da entrega do seu foral pelas régias mãos do Venturoso, até ao dia triste de 23 de Dezembro de 1826, decorreram 314 anos de vida progressiva, próspera e independente para o concelho de Cano. Na mesma data e pela mesma lei, muitos outros concelhos foram extintos. É esta a única atenuante da injusta e prejudicial situação que, desde então, foi imposta à nobre vetusta e histórica Vila de Cano.

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por @Mota@ às 22:48

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