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Resolvi escrever-te, para que me possas esclarecer umas coisas e contar-te outras.
Sei que ainda não nasceste, mas não tarda muito e já aí estás.
Não consigo perceber se és algum génio, saído de uma lâmpada, depois que se come doze passas , para que todos te peçam desejos. Nem consigo perceber a fé que todos têm em ti, a força de vontade que nasce com o teu aparecimento ou a determinação de muitos...
Assim que espreitas, já meio mundo está a pedir ou mesmo a afirmar, que é quando deixam de fumar, começam a fazer exercício, ou querem perdoar.
Sempre assim foi...Mesmo com os teus antepassados .
Eu não sou diferente, e lá tento mastigar aquelas passas pegajosas , e ás tantas começo a engolir e a beber champanhe para os desejos descerem mais rápido e não perder nenhum. Mas, na minha cabeça, meu querido Ano Novo, não é que tenha alguma coisa contra ti, não, mas quando penso em desejos, assumo que são os objectivos de vida, que talvez possa realizar durante o teu reinado, ou nos teus descendentes.
Eu quero muito ver os meus filhos crescerem, felizes e estar presente nas suas vidas, quero um dia pedir perdão a quem magoei e ainda não tive coragem de o fazer, quero também dizer " Gosto de ti", a tantas pessoas que gosto e talvez nunca tenha dito.
Quero andar de avioneta e saltar de pára-quedas, quero voltar a andar de moto e sentir o vento a bater na cara. Quero ser mais aquilo que sou e menos o que querem ou esperam que eu seja.
Ano Novo, mesmo que me aches doida varrida, passada dos pirolitos, não me importa, porque eu estou cá para te receber, e espero ver-te partir.
E depois disso...depois...tudo isso um dia acaba.
A vida resume-se aos momentos, aqueles que já vivemos em Anos Velhos, e já passaram e naqueles que esperamos ter no teu reinado ou naqueles que ainda estão para nascer...
Até breve , Ano Novo...
Bom Ano Novo
Um Texto de: Ana Margarida Pôla