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Cavaleiros do Álamo já têm sede
Com origem na Freguesia de Cano, em Sousel, o Grupo Motard "Cavaleiros do Álamo" comemorou, este Sábado, 10 anos de existência. Com esta celebração, que contou com a presença de muitos associados, a colectividade viu também a realização de um velho anseio. Repleto de sentimento, este espaço, agora à disposição dos "Cavaleiros do Álamo", imortaliza um sonho não só dos motards, mas também do seu criador, o saudoso Joaquim Bravo.
À semelhança do que aconteceu com o Grupo Motard de Urra, só ao fim de uma década os seus homónimos da Freguesia de Cano, em Sousel, conseguiram também um espaço de convívio e trabalho, onde reúnem todas as condições, não só para se divertirem, mas também para agendarem e organizarem as suas iniciativas.
E foi, sem qualquer dúvida, a melhor prenda que poderiam receber, uma vez que este novo espaço, além daquilo que representa fisicamente, tem também um percurso que, nos dias de hoje, é recordado com algum sentimentalismo por parte dos seus membros. O grupo nasceu, há 10 anos, através de um sonho do sócio fundador Joaquim Bravo que, bastante jovem, partiu para o Seixal, onde cumpriu Serviço Militar como fuzileiro. E foi nesta localidade que "ganhou o bichinho das motas" e se associou a um grupo motard pela primeira vez. Da tropa, Joaquim Bravo voltou para Sousel com o sonho de fundar um Clube Motard e ter um Bar, dois sonhos que conseguiu concretizar antes do trágico acidente que pôs fim à sua vida. Um abalo muito forte para todos os seus familiares e amigos que, no entanto, não deixaram desfalecer o seu sonho.
O Bar Easy Rider, erguido tijolo a tijolo, por Joaquim Bravo, esteve encerrado ao longo de algum tempo, mas volta agora a estar no activo pelas mãos dos "Cavaleiros do Álamo", funcionando como sede, e prestando uma justa e bonita homenagem ao seu falecido fundador.
No dia do aniversário e inauguração, foi pela voz do presidente da Assembleia do Grupo, João Verdugo, que ficámos não só a conhecer esta história, mas também as aspirações de um grupo de cerca de 35 motards nesta nova fase das suas vidas.
"Hoje é um dia especial porque, ao fim de 10 anos conseguimos ter, além da sede, um factor de união. Um grupo sem sede é muito difícil de manter unido, uma vez que não há um ponto de encontro ou referência, e uma sede é sempre um local que todos frequentam, conversam e levam a família", explicou o motard, agradecendo ainda aos pais de Joaquim Bravo que, na sua opinião, "têm sido uns grandes amigos do grupo".
Ainda de acordo com João Verdugo, que confessou que o Easy Rider já era um espaço de encontro entre os motards e a população, a conquista desta sede é mais do que a realização de um sonho, e apresenta-se também como um tributo ao seu fundador.
"Temos cerca de 35 sócios, um número que tencionamos aumentar com a abertura da sede. Nunca alargámos porque não tínhamos este espaço, esta referência onde as pessoas pudessem conviver. É difícil implantar um grupo virtual, agora esperamos mudar", afirmou, agradecendo o apoio incondicional da Câmara Municipal de Sousel, não só com Armando Varela, mas também com os seus antecessores.
Presente no local, o presidente da autarquia não quis deixar de aplaudir o esforço e dinamismo desta jovem associação e de todos os seus membros. "Homens bons fazem coisas boas", disse Armando Varela, revelando o episódio da última concentração em que, devido às terríveis condições climatéricas, esteve para não se realizar. No entanto, a organização foi em frente, e o encontro foi um sucesso. "O Cano continua a ser uma terra de sonhos. É este espírito que o Alentejo precisa", declarou o edil, que não poupou elogios ao saudoso Joaquim Bravo e a todos os membros da colectividade.