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Mote
O sol é a minha crença
Mesmo que morra queimado
Ainda não recompensa
Os frios que tenho passado
Décimas
I
Aquilo que eu tenho sofrido
A ninguém eu quero dar
Os frios que eu tive que passar
Eu é que os tenho sentido
Já me vai faltando o ouvido
O mal não é vingança
Eu nunca Perdi a esperança
Minha vida foi assim
Tudo para mim teve fim
O sol é a minha crença
ll
Cantei em Arraiais e Feiras
E em muitos divertimentos
Vejo agora os meus lamentos
Em semanas sempre inteiras
Para mim eram as primeiras
Que me passavam ao lado
A cantar sempre animado
Eu com frio sempre a sofrer
Que eu não chegava a aquecer
Mesmo que eu morra queimado
III
Triste vida do cantor
Que todos dão atenção
A cantar todo o Serão
Alguns me dão valor
Não tenho estudos, não sou doutor
Mas tenho cá a minha crença
Cantei sempre desde criança
Aquilo que eu tenho cantado
Tudo isto que eu fui recompensado
Ainda não me recompensa
IV
Para isto terminar
Já me vai faltando a memoria
Deixo tudo na minha historia
Aquilo que eu vim a penar
Eu não me quero lembrar
Como é que eu andei de lado
Nunca fiquei envergonhado
Aquilo que eu vim a passar
Ninguém me pode avaliar
Os frios que eu tenho passado